iCAPS: TECNOLOGIA DE MICROENCAPSULAÇÃO QUE POTENCIALIZA A ABSORÇÃO DO EXTRATO DE PRÓPOLIS PELO ORGANISMO

Utilizada desde a antiguidade, a própolis tem ganhado notoriedade e aceitação como item da medicina tradicional em diversas partes do mundo. O interesse pelo composto demonstrado por vários países tem encorajado o desenvolvimento de muitas pesquisas sobre as propriedades químicas e biológicas do composto natural.

No entanto, apesar de seus vários benefícios já comprovados por meio de estudos – muitos deles conduzidos pela Apis Flora, especialista brasileira em produtos naturais, que faz parte do Grupo Lehning – sua biodisponibilidade limitada e absorção dos compostos bioativos, além do sabor forte e picante, dificultam seu uso para fins terapêuticos.

Visando atender a demanda do mercado por um produto que superasse essas questões, a partir de estudos iniciados em 2012 pelo time de P,D&I da empresa, que contaram com o apoio de parceiros nas etapas de caracterização e realização de alguns protocolos de eficácia e segurança, como o Dr. Miguel Vilas-Boas (IPB - Portugal), Dr. Hernane Barud (Uniara), Dr. Jairo Bastos e Dr. David de Jong (USP - Ribeirão Preto), a Apis Flora desenvolveu a exclusiva tecnologia iCaps®, na qual as partículas da própolis são encapsuladas, resultando em um extrato mais agradável ao paladar, altamente concentrado e de fácil absorção pelo organismo.

O extrato de própolis com a tecnologia iCaps® foi caracterizado quanto ao seu perfil químico e biológico, tendo sido certificado que as características do produto são mantidas, já tendo dois artigos científicos publicados pelo time de P&D que demonstram essas características: Berretta et al. (2023) e Zamarrenho et al. (2023).

“O processo de microencapsulação do iCaps® consiste na transformação do extrato líquido alcoólico para um extrato em pó. A microencapsulação permite maior estabilidade e solubilidade dos compostos bioativos da própolis, além de aumentar a absorção do produto, melhorando sua biodisponibilidade por meio da liberação sustentada” explica Dra. Andresa Berretta, farmacêutica responsável pelo Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Apis Flora.

O artigo mais recente sobre a tecnologia, publicado em outubro na Revista Científica Molecules, demonstrou as vantagens da própolis microencapsulada em se tratando das propriedades biológicas do produto: o EPP-AF® iCaps apresentou maior atividade antimicrobiana contra os microrganismos comparado ao extrato de própolis utilizado como controle. Os efeitos citotóxicos e anti-inflamatórios do iCaps também foram superiores.

Além disso, foram realizados testes de permeabilidade através das células Caco-2 – que são modelos que representam a permeabilidade do intestino – fator importante a ser avaliado, já que o consumo de produtos naturais como a própolis, só é relevante se o nosso organismo tiver a capacidade de absorver os compostos ao longo do sistema digestivo. “Uma das coisas que achamos bastante interessante nesse resultado foi que um dos compostos mais relevantes da própolis verde, o artepelin C, apresentou maior absorção quando utilizado o extrato microencapsulado. Isso quer dizer que, ao nível da nossa capacidade de absorção no intestino, o extrato iCaps apresenta superioridade”, destaca Dr. Miguel Vilas-Boas, pesquisador parceiro do Instituo Politécnico de Bragança (Portugal).

Outro fator que pode ser destacado como vantagem do iCaps é a liberação sustentada do produto no organismo. “O processo de microencapsulação da própolis permite que o tempo de interação do produto com o organismo seja aumentado, isto é, em vez de ter um efeito instantâneo como ocorre com o extrato não encapsulado, como aqui há uma liberação continuada do produto, temos um efeito prolongado sobre o organismo, o que significa maior eficácia”, explica Miguel.

A nova tecnologia facilita o uso da própolis em diversos produtos nas mais variadas formas farmacêuticas, obtendo-se assim um ingrediente industrial versátil com potencial de ser aplicado em bebidas, alimentos, comprimidos mastigáveis, sprays, cosméticos, entre outros.

“O grande desafio de empregar novas tecnologias aos produtos naturais é preservar a constituição química natural do produto. Acreditamos que a manutenção das propriedades está relacionada à preservação da constituição essencial do extrato, como é tradicionalmente obtido da própolis in natura. Nos casos de superioridade de resultados, acreditamos que isso se dá em função do aumento de absorção que foi proporcionado pelo sistema de microencapsulamento”, conclui Dra Andresa.